Impunidade, fiscalização quase inexistente e estrutura limitada encorajam ações de desrespeito ao espaço público. 6s5x6x
O que era para ser um ponto de entrega voluntária de resíduos se transformou em um verdadeiro lixão a céu aberto neste feriado prolongado na Vila Cardim, na divisa com os bairros Portal Terra da Saudade e Noale. Localizado na avenida Brasil, ao lado da Escola Municipal CAIC, o Ponto de Entrega Voluntária (PEV), que deveria ser exemplo de organização e consciência ambiental, virou mais uma vítima da combinação tóxica entre a falta de educação de alguns moradores com a falta de políticas efetivas do poder público.
Durante os quatro dias de feriado prolongado, em que o PEV permaneceu fechado, a calçada em frente ao local foi tomada por sofás, restos de móveis, colchão, entulho e materiais recicláveis largados sem qualquer critério. Os moradores, que já convivem diariamente com o risco de proliferação de insetos e doenças, denunciaram a situação ao Fala Matão com fotos revoltantes do cenário.
"Não dá mais! Parece que a calçada virou depósito de entulho. A gente mora de frente e tem que ficar vendo isso todo dia. Quando o PEV fecha, o povo simplesmente joga tudo na frente, como se fosse normal", desabafou uma moradora da avenida.
A situação escancara dois problemas graves: a falta de conscientização ambiental de parte da população e a omissão por parte do poder público. Matão hoje não conta com um local apropriado para o descarte de materiais volumosos. Existem apenas dois PEVs em funcionamento na cidade, um na Vila Cardim e outro no Jardim Paraíso, mas ambos operam com restrições, não recebem qualquer tipo de material e limitam o descarte a 1m³ por pessoa.
Além disso, falta fiscalização. Os que existem se desdobram, mas é humanamente impossível dar conta das necessidades da cidade. É preciso contratar mais agentes! A presença de fiscais é praticamente inexistente, e a impunidade virou combustível para o desrespeito. Moradores mal-educados se sentem livres para transformar ruas, terrenos e até calçada em depósito de lixo, como se Matão fosse uma terra sem lei.
Matão convive com dezenas de pontos de descarte irregular espalhados pela cidade. Alguns viraram verdadeiras zonas de conflito entre vizinhos indignados com o acúmulo de lixo e a omissão de quem deveria agir.
Especialistas em urbanismo e saúde pública alertam que o acúmulo de lixo em locais inadequados atrai ratos, baratas e mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya. Além disso, compromete o visual da cidade e desrespeita o direito de quem quer viver em um ambiente limpo e saudável.
A pergunta que fica é: até quando o matonense do bem vai pagar essa conta?
Enquanto os PEVs funcionam de forma limitada, sem plano emergencial para feriados e sem alternativas viáveis para o descarte consciente, a cidade paga caro pela falta de ação e pela cultura do “não é problema meu”. A limpeza do local resolve o problema visual momentaneamente, mas não ataca a raiz da questão: a ausência de políticas públicas eficientes, fiscalização firme e educação ambiental contínua.
Moradores pedem urgência: mais fiscais, aplicação de multas severas, campanhas educativas permanentes e um sistema de coleta que atenda, de fato, às necessidades da população nos quatro cantos da cidade.
Matão precisa deixar de empurrar o problema com a vassoura e parar de varrer a sujeira, literal e figurativamente, para debaixo do tapete.
A gente segue de olho.
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